Publicado em: 20/06/2021

Ao longo desta semana última semana, o volume de negócios envolvendo todas as categorias para reposição continuou bastante fraco, ao contrário do cenário da primeira quinzena do mês de junho, informaram as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. O destaque vem após um grande recuo no mercado futuro, ligando o sinal vermelho para o pecuarista da recria/engorda.

“Conforme avança o período mais seco e frio e o intervalo de confinamento se reduz, a ocorrência de leilões, naturalmente, se torna menor, em função da menor demanda por reposição”, diz a consultoria IHS Markit. Outro ponto que chama atenção é a grande retenção de fêmeas e uma certa preocupação com a inversão no ciclo pecuário no médio e longo prazo, apontam os analistas!

No entanto, os preços dos animais de reposição, apesar do descompasso entre compradores e vendedores, continuam firmes, em patamares bastante altos. Para se ter uma ideia, segundo os dados divulgados pela Scot Consultoria, nas praças paulistas os valores seguem da seguinte forma:

Ainda é preciso salientar que, a relação de troca, é uma das piores para o pecuarista invernista, que tem observado seu poder de compra ficar defasado ao longo deste ano. Segundo a Scot, o pecuarista hoje consegue adquirir apenas 1,38 Boi Magro em relação ao Boi Gordo.

Além disso, o preço do bezerro desmama segundo a consultoria, está em um patamar elevado e com viés de estabilidade no valor de R$ 16,60 por quilo de animal. Já para o bezerro de ano, os preços seguem abaixo de R$ 15,00/kg.

Segundo a IHS, as recentes quedas no valor do milho (principal insumo utilizado nos confinamentos) não foram suficientes para estimular a procura por bezerros e bezerras, ou até mesmo garrotes e novilhas.

Os altos custos da nutrição e o acréscimo nas diárias dos boiteis reduzem a procura pela engorda no cocho e, com isso, os recriadores/invernistas evitam adquirir novos lotes, justifica a consultoria.

Segundo a IHS, atualmente, muitas fazendas já não conseguem colocar em prática a mesma estratégia utilizada por confinadores de pequeno e médio porte ao longo de maio, quando uma boa parte deles fechou parcerias em boiteis.

No entanto, continua a IHS, para evitar apuros nos últimos meses do ano, alguns grandes players do mercado já anunciaram a elevação da capacidade instalada dos boiteis.

Nesse contexto, continua a IHS, foi possível registrar variações mistas dos níveis de preços de todas as categorias da reposição.

No MS, SP, PR e RO, os preços dos machos tiveram leve variação positiva, enquanto no restante do País os valores permaneceram estáveis.

Preço do Bezerro

O indicador do bezerro Esalq/Cepea para as praças sul mato-grossense fechou a última sexta-feira, 18 de junho, a R$ 2.960,05, com estabilidade na comparação diária. Na comparação com o valor registrado há um mês, o indicador registra baixa média de 8%.

Conforme os dados informados no aplicativo da Agrobrazil, os preços dos bezerros seguem em queda, quebrando um cenário de alta que se estendia desde janeiro. Sendo assim, o preço médio por quilo do animal fechou em R$ 14,88/kg frente a média R$ 16,74/kg de maio.

Um ponto que chama atenção é que o valor por cabeça segue praticamente estável, mas os animais estão sendo negociados com maior peso, o que acaba influenciando no valor por quilo do bezerro.

Pois é, com a alta de preço do boi gordo em junho e a queda do preço do bezerro, o poder de compra do pecuarista no momento de repor o rebanho melhorou (Figura), mas, claro, segue em 2021 muito abaixo do que foi observado ao longo da série apresentada abaixo.

A relação de bezerros por boi gordo de 16,5@ na parcial de junho, até a primeira quinzena do mês, de 1,69 voltou a subir após 4 meses consecutivos de queda.

 

Fonte: Compre Rural

https://www.comprerural.com/bezerro-bate-r-1660-kg-e-liga-sinal-vermelho-na-pecuaria/

BEZERRO BATE R$ 16,60/KG E LIGA SINAL VERMELHO NA PECUÁRIA