Publicado em: 25/02/2021
A pecuária de corte vive, a
mais de um ano, um momento de grandes mudanças. O quadro de oferta restrita de
animais, tanto para reposição quanto para abate, é reflexo de ações no passado
que culminaram no atual cenário. Uma coisa é certa, não há o
que discutir, os preços da reposição vão continuar altos e buscando recordes.
Confira abaixo como está o mercado!
Segundo os dados levantados,
entre fevereiro/20 e fevereiro/21, os avanços nos valores da reposição foram
mais intensos que os observados para o animal para abate, contexto que vem
resultando em piora na relação de troca de terminadores. Parece que os valores de Norte a Sul do país estão no
mesmo patamar, tomando como base animais nelore/anelorados, de alto padrão
genético.
O indicador do bezerro do Cepea,
calculado com base nos preços praticados em Mato Grosso do Sul, subiu pelo
sexto dia consecutivo e marcou uma nova máxima histórica. O preço passou
de R$ 2.857,18 para R$ 2.866,76 por cabeça e já acumula alta de 14,7% em 2021. No caso da arroba do gordo, em São Paulo, a cotação caiu de
R$ 302,45 para R$ 299,50.
Fechando a rodada semanal de
negócios, o pregão em 18 de fevereiro negociou 604 animais ao valor
médio geral de R$ 2.672; o faturamento foi de R$ 1,6 milhão. A
organização ficou a cargo da Correa da Costa Leilões Rurais, que transmitiu os
eventos pelo seu site, página no Facebook e canal da leiloeira no YouTube.
O comando do martelo durante as captações dos lances no recinto
foi responsabilidade do leiloeiro rural Luciano Pires. E
foi nessa batida do martelo que um lote se destacou, quebrando o recorde de
preço do bezerro. Um lote de machos nelore, com peso médio de 129 kg,
foi comercializado por R$ 2.541,00/cab. Sendo assim, o quilo do animal vivo
atingiu o patamar de quase R$ 20,00/kg.
A oferta restrita de gado jovem segue dando sustentação
às cotações dos bovinos na reposição. Esse cenário continua a
trazer muita especulação e deve continuar assim no médio prazo. Ainda não
sabemos a influência que terá a retenção das matrizes por parte dos pecuaristas,
tendo em vista que no último mês ouve aumento no abate de fêmeas.
Vale mencionar, no entanto,
que, mesmo que os preços do boi estejam em patamares recordes, a valorização
considerável e contínua de importantes insumos pecuários, como os de animais de
reposição e dos grãos, pode limitar – e até mesmo comprometer – a margem do
produtor.
O pecuarista da terminação segue
atento aos preços da reposição. Com o valor da arroba cotado a R$ 300,00
qualquer valor abaixo desse patamar representa prejuízo para quem precisa fazer
a reposição com maior urgência. Dessa forma, o pecuarista e frigorífico estão de olho no prejuízo, nesse
momento!
Segundo os negócios informados no aplicativo
da Agrobrazil, o pecuarista de Pedro Gomes/MS, informou negociação de lote de
214 bezerros, com peso médio de 190,00 kg, comercializados pelo valor de R$
15,87/kg, ou seja, R$ 3.015,00/cab. Já em Bom Sucesso/PR, o valor foi de R$
3.100,00/cab com animais de 200 kg de PV, atingindo o valor de R$ 15,50/kg.
Cenário futuro para o bezerro
Uma preocupação que começou
a rondar novamente no mercado foi o aumento de fêmeas para abate no país.
Segundo o fechamento dos dados de janeiro, houve novamente o registro de
crescimento no volume de fêmeas no estado do Mato Grosso.
Diante disso, o cenário de
escassez de animal na praça para comercialização deve, no curto e médio prazo,
continuar determinando os preços dos animais nas praças pecuárias. A dica para o pecuarista da cria é aproveitar o momento de
pastagens boas para poder cadenciar as vendas e pressionar o mercado a novas
altas.
Já para o pecuarista da terminação, esse precisa ficar de
olho no seu planejamento, tentar trabalhar com mercado futuro para garantir o
fechamento das contas e margem de lucro.
Fonte: Compre Rural