Publicado em: 14/02/2022
BOVINOS ABATIDOS EM MT EMITEM VOLUME DE METANO 10% MENOR
Levantamento do Imac aponta que, em 2021, o volume de gás
metano emitido foi de 121 kg por animal abatido. Em 2011, esse número era 135
kg
O volume de gás metano (CH4) emitido por bovino abatido em
2021 em Mato Grosso foi, em média, 10,4% menor do que o volume emitido por
animal abatido em 2011. Levantamento do Instituto Mato-Grossense da Carne
(Imac), com base nos dados sobre a idade média de abate de bovinos do Instituto
Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), aponta que, em 2021, o volume
de gás metano emitido foi de 121 kg por animal abatido. Em 2011, esse número
era 135 kg.
O cálculo de emissão de gás metano considerou apenas os
animais abatidos nos dois anos, 2011 e 2021, e a emissão por animal/mês de 4,16
kg de CH4, conforme o estudo Recuperação de Pastagens: Anais do 2º Simpósio de
Pecuária Integrada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Em 2011, 5% dos animais abatidos em Mato Grosso tinham até
24 meses, 49% tinham de 24 a 36 meses e 46% tinham mais de 36 meses. Em 2021,
de acordo com o Imea, 37% dos abates foram de animais com menos de 24 meses, 42%
eram animais com idade entre 24 e 36 meses e somente 22% do total abatido
tinham mais do que 36 meses. Com a redução do tempo de produção, o volume de
gás metano por unidade animal abatido também diminui.
De acordo com o presidente do Imac, Caio Penido, a cadeia
produtiva da carne passa, ao longo dos últimos anos, por um processo de
melhorias contínuas, realizado por iniciativas dos produtores e das indústrias
com o apoio de políticas públicas. “Um exemplo de ações do mercado que
estimularam a redução de idade de abate foi o ‘boi china 30 meses. Ao impor uma
condição de compra, a China estimulou indústrias e produtores a diminuírem o
tempo de produção para atender a demanda”.
Caio Penido destaca que neste levantamento foi considerada
apenas a redução de emissão de metano a partir da diminuição da idade média de
abate dos animais, sem levar em conta o uso de produtos que auxiliam na redução
da emissão de metano entérico pelo gado, como suplementos e aditivos.
“Hoje sabemos que existe uma quantidade grande de produtos
(aditivos) que podem auxiliar na redução de metano por fermentação entérica no
animal. Assim como também há outros fatores que podem influenciar nessa conta,
como sistemas produtivos e condições da pastagem. Fato é, estamos produzindo
mais carne, em menos tempo, emitindo menos gases de efeito estufa e ainda
sequestrando carbono em nossos pastos”, afirma o presidente do Imac, Caio
Penido.
A afirmação do presidente do Imac faz referência às inúmeras
tecnologias implantadas ao longo dos últimos anos pelo setor produtivo da
carne, como a recuperação de pastagens, os sistemas integrados, a
intensificação da produção com confinamento e semi-confinamento, entre outras
estratégias.
O resultado disso é o ganho produtivo nas pastagens
mato-grossenses. A partir do cruzamento de dados sobre pastagem do Mapbiomas
com os dados de produção e rebanho do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato
Grosso (Indea), o Imac identificou aumento de 28% no volume (kg) de carcaça
produzido por hectare de pastagem. Em 2011, Mato Grosso produziu 49 kg de
carcaça / hectare de pastagem e no ano passado este volume passou para 62,7.
Vale destacar que os números consideram o total de quilos de carcaças
produzidas, e não do rebanho vivo.
Outro dado apresentado recentemente é com relação à
integração lavoura-pecuária (ILP). De acordo com a Embrapa Sistemas Integrados
de Lavoura-Pecuária-Silvicultura, o sistema de ILP em Mato Grosso passou de 1,1
milhão para 2,6 milhões de hectares entre os anos de 2013 e 2019.
O presidente do Imac, Caio Penido, destaca que ao longo dos
últimos anos, o setor tem sido alvo constante de acusações para que assuma
sozinho os custos dos novos modelos produtivos. “É preciso reconhecer os
avanços já alcançados a partir dos esforços e investimentos de produtores, da
indústria da carne e de agentes públicos em busca de viabilizar a produção de
alimentos com a conservação da biodiversidade e a melhora no balanço da emissão
dos gases de efeito estufa por arrobas por produzida. Ainda temos como melhorar
os índices produtivos, sim, mas é preciso mais investimentos e esta conta é de
todos, inclusive dos consumidores”, defende.
Fonte: Canal Rural
https://www.canalrural.com.br/noticias/pecuaria/bovinos-abatidos-em-mt-emitem-volume-de-metano-10-menor/